domingo, 17 de abril de 2011

Jornal Nacional fez propaganda tucana contra a Rede Cegonha e escondeu a verdade




O TV Globo pegou um jatinho do Jornal Nacional para ir à Alagoas (com sotaque sulista) e atacar, com indiretas, o programa Rede Cegonha recém-lançado pela presidenta Dilma, que mal começou e é um programa robusto e estruturante para ser implantado ao longo dos 4 anos.



A "reporcagem" quis jogar o telespectador contra o governo federal, no trecho em que diz:





A Maternidade Santa Mônica [estadual do governo tucano] está superlotada desde o início do mês. Passou a atender o dobro de pacientes porque a maternidade e a UTI neonatal do hospital universitário, de responsabilidade do Governo Federal, tiveram que ser fechadas.

Vamos aos fatos que a Globo omitiu em parte ou no todo, desinformando o telespectador:



O Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas fechou (para novos pacientes) a Unidade de Cuidados Intensivos da maternidade no dia 31 de março, porque um paciente contaminado com a bactéria multirresistente Acinectobater baumannii, chamada super-bactéria, estava contaminando os demais. Nove mortes ocorreram, fora do normal, e a suspeita da causa-morte recai sobre a super-bactéria, ainda pendente de confirmação.



Ao contrário do que diz o Jornal Nacional, a maternidade não está totalmente fechada. Continua em funcionamento salvando a vida dos bebês e mães com sintomas de contaminação, e foi fechada apenas a novos pacientes, para não serem contaminados, conforme mandam as boas normas de saúde. Por isso os demais pacientes são encaminhados a outros hospitais ou para alas seguras do próprio hospital, quando não precisam de atendimento em UTI.



O que sugere o Jornal Nacional? Seria executar com a pena de morte pela falta de tratamento todos estes bebês e mães já contaminados, para poder descontaminar e reabrir a Unidade a novos pacientes?



O hospital faz o que deve ser feito: salva todas as vidas que podem ser salvas, enquanto certifica quando a unidade oferece segurança aos novos pacientes para restabelecer a normalidade em condições seguras.



Se a TV Globo tivesse ouvido o Hospital (aqui e aqui) saberia que:



- quatro bebês permanecem internados na UTI Neonatal, sendo que um deles já negativou a bactéria no organismo e aguarda apenas o ganho de peso para receber alta médica e os outros três ainda são portadores da bactéria, mas não estão com infecção.



- A maternidade possui 60 leitos (entre o pré-parto e o alojamento conjunto), e nela estão internadas três pacientes, sendo uma parturiente e duas mulheres em tratamento clínico.



- Dia 14, véspera da "reporcagem", o Hospital Universitário já recebeu 11 gestantes, vindas da Maternidade Escola Santa Mônica, que estava com problemas de superlotação. Essas gestantes precisam de assistência hospitalar para tratar crises hipertensivas, diabetes e outras, mas não estão no final da gravidez e podem receber cuidados médicos com segurança, em enfermarias do 6º andar, onde funciona a maternidade.



A Globo também "se esqueceu" de cumprir sua pricipal função social: levar a seguinte informação de interesse público, da população de Maceió:



A Maternidade do Hospital Universitário voltará a receber novos pacientes a partir da próxima terça-feira (19), caminhando para restabelecer a normalidade.



A Unidade de Cuidados intermediários (UCI) do Hospital Universitário será dividida, com a finalidade de absorver a Unidade de Tratamento Intensivo neonatal (UTI). Os recém-nascidos com suspeita de infecção serão transferidos para uma área de isolamento, até que receba alta médica (cerca de 15 dias).



Estas decisões tem o endosso dos técnicos da Vigilância Sanitária estadual e municipal, que fizeram uma inspeção na maternidade do HU e, constataram que estas adequações físicas mínimas e melhorias nos procedimentos de fluxo de pacientes isolados, permitem restabelecer o atendimento com segurança.

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