Economia
O remédio amargo dos juros
O Estado de S.Paulo
Antes mesmo de o Comitê de Política Monetária elevar o juro básico de meio ponto porcentual, na quarta-feira, o Brasil já era confirmado como líder do ranking mundial dos juros altos pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), entidade que acompanha regularmente a evolução dos juros internos.
O aumento da dose de remédio monetário afeta empresas e consumidores que dependem do crédito - e isso dificilmente mudará até que sejam removidas as pressões inflacionárias.
A taxa básica de juros, que passou de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano, só é inferior, em termos nominais, às do Paquistão, de 14% ao ano, e da Venezuela, de 18,1% ao ano, segundo a Anefac.
Mas, nos dois casos, trata-se de economias menos organizadas do que a brasileira e, além disso, no Paquistão e na Venezuela as taxas de inflação são de 20% ao ano e 27% ao ano, respectivamente.
Assim, naqueles países o juro básico é negativo, enquanto no Brasil é positivo em 4,56% ao ano, até dezembro, segundo a Anefac.
O juro real brasileiro não só é o mais elevado do planeta, como mostrou o repórter Leandro Modé, do Estado, em reportagens publicadas dias 19/1 e 20/1, como tende a aumentar.
Já se constatava uma leve tendência de alta dos juros desde o final do ano passado, junto com o aumento dos índices de inflação.
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