terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Geral


Padilha criará meta de desempenho na Saúde



Ao assumir comando do ministério, ele diz que desafio é acabar com a demora no atendimento na rede do SUS



Roberto Maltchik e Evandro Éboli, O Globo



Ao assumir o Ministério da Saúde, o petista Alexandre Padilha anunciou ontem que pretende criar metas de qualidade e de acesso à rede pública em todo o país. Desprestigiado pelo PMDB, partido do ex-ministro José Gomes Temporão, Padilha disse que as críticas às filas e à espera por um leito devem ser recebidas com “muita humildade”. Ele propôs ainda a estados e municípios a criação de um mapa nacional para diagnosticar os gargalhos do sistema.



— A grande reclamação das pessoas é exatamente o não acesso, a demora, a espera. Tenho, como ministro da Saúde, uma obsessão: perseguir a garantia de acolhimento de qualidade em tempo adequado às necessidades de saúde das pessoas. Esse tem que ser um objetivo quase único do ministério.



Padilha observou que, segundo a Pesquisa por Amostra de Domicílio (Pnad) 2008, 86% da população consideram satisfatório o atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O problema seria ficar fora do sistema. Os indicadores (que também serviriam para a definição de metas de qualidade de acesso) devem ser publicados, sofrendo controle permanente dos conselhos de Saúde e dos órgãos de fiscalização do governo.



— Que seja um indicador público. Que seja a meta permanente de cada gestor. A indução financeira tem que estar pautada nisso, para melhorar cada vez mais esse indicador de garantia de qualidade de acesso — disse o novo ministro.



Antes de traçar metas, Padilha admitiu que terá que enfrentar as desavenças e os desencontros dentro do Ministério da Saúde:



— Acho que esse tem que ser um grande objetivo único deste ministério. Cada secretário, cada diretor de programa, cada coordenador, cada servidor, cada consultor tem que acordar de manhã e dormir à noite se perguntando o que fez para garantir acolhimento de qualidade.



Padilha, que discursou para um auditório cheio, apesar da ausência de peemedebistas, disse que a presidente Dilma Rousseff se envolverá nas ações de promoção à saúde. E fez ressalvas à proliferação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), modelo usado no Rio e definido como prioritário por Dilma na campanha, quando prometeu criar 500 unidades:



— Não existe modelo de atenção primária à saúde único em um Brasil que é tão diverso quanto o nosso. Implantar as UPAs não significa um descompromisso com o esforço da promoção à saúde. Este país precisa decidir quantos especialistas, que especialistas e onde vão estar os especialistas nos próximos 15 anos — afirmou.

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