Política
Palocci, na Casa Civil, diz que é só um do time de Dilma
Cristiane Jungblut, Luiza Damé e Gerson Camarotti, O Globo
O petista Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, voltou ontem ao centro do poder político, desta vez no Palácio do Planalto, ao assumir o comando da Casa Civil. Numa concorrida cerimônia e diante de 15 ministros, políticos e empresários, Palocci fez um discurso cuja principal preocupação era tentar desfazer o título de “superministro” que lhe atribuem. Mas a maciça presença dos demais colegas de Ministério só reforçava a interpretação corrente de que ele não será apenas mais um na equipe da presidente Dilma Rousseff.
Palocci pediu aos ministros que o enxergassem como “um da equipe” e garantiu que não irá comandar a articulação política do governo, tentando também desfazer a avaliação de que poderia “fazer sombra” à própria Dilma, a quem chamou de “minha chefe”. Sorridente, usou o bom humor e brincadeiras para passar os recados à equipe de Dilma.
Após deixar o poder em março de 2006 no rastro do caso do caseiro Francenildo, Palocci agradeceu a oportunidade da volta e garantiu:
— Não vou desapontar.
Para os numerosos parlamentares na plateia, disse que a tarefa de negociar com o Congresso será do ministro de Relações Institucionais, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). Mas, na prática, Palocci será uma espécie de coordenador político informal do governo.
— Nosso relacionamento com o Poder Legislativo, pela sua dinâmica e complexidade, certamente exigirá a atuação de todos os ministros. Mas, meu caro Luiz Sérgio, conte sempre com o meu apoio, a bola é toda sua. A coordenação dos trabalhos políticos do governo continua a cargo da Secretaria de Relações Institucionais, e esta Casa Civil, assim como todos os demais ministérios, estará pronta a apoiar o trabalho do seu titular, Luiz Sérgio, parlamentar de longa experiência — disse.
O seu discurso foi estrategicamente pensado para tentar diminuir os holofotes de sua atuação no governo.
— Palocci mandou um recado claro: o de que não quer saber de polêmica. Só faltou dizer: “Me incluam fora do noticiário” — resumiu o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).
Nenhum comentário:
Postar um comentário