Vestindo a Camisa

A meta é diminuir a mortalidade no trânsito das vias do Distrito Federal








Adriana Bernardes



Publicação: 04/01/2011 07:57 Atualização: 04/01/2011 07:56





Reduzir os acidentes fatais, melhorar o atendimento ao público e acabar com os contratos emergenciais são alguns dos desafios que o novo diretor-geral do Departamento de Trânsito (Detran) pretende vencer. Há três dias no cargo, José Alves Bezerra promete adotar medidas para corrigir os rumos do órgão e “consertar o que está errado”. “Se alguém cometeu algum erro, será submetido aos processos legais. O Detran é investigado pelo Ministério Público e auditado pelo Tribunal de Contas. Mais cedo ou tarde, as coisas vão começar a aparecer e não seremos coniventes”, avisa.



O sindicalista traçou algumas metas a serem alcançadas até o fim do primeiro semestre de sua gestão. A principal é revitalizar a sinalização de trânsito em todo o Distrito Federal, com a ajuda dos administradores regionais. São eles quem vão dizer o que é preciso ser feito e, após análise da engenharia, os serviços serão executados. O trabalho deve ser concluído nos primeiros 100 dias de governo.



A descentralização dos serviços prestados pelo Detran começará com a inauguração de dois depósitos de veículos, um no Gama e outro no Paranoá, até junho. A fiscalização será reforçada com a seleção de 100 agentes de trânsito por concurso público. Já existe um concurso público autorizado dependendo apenas de parecer da Procuradoria-Geral do DF sobre a possibilidade de escolha da empresa por meio de carta-convite, uma modalidade prevista na Lei 8.666/93 (das licitações). A meta é colocar os novos agentes nas ruas em seis meses.



Bezerra diz ter recebido do governador a promessa de liberar a contratação de mais servidores para reforçar os quadros. Segundo ele, há um deficit de 411 agentes de trânsito, 156 auxiliares (atendimento ao público e vistoria), 91 assistentes (fiscais de clínicas, centro de formação de condutores e revenda de veículos) e 11 analistas (engenheiros, advogados, arquitetos). Parte da demanda pode ser revolvida se o governador autorizar o órgão convocar os concursados e, a outra parte, ainda depende da realização de seleção.



Mas, antes disso tudo, Bezerra precisa escolher quem vai compor a direção do órgão e avisa que, dessa vez, o Detran não será “fatiado” por indicações políticas de parlamentares. “Tenho carta branca do governador (Agnelo Queiroz) para escolher pessoas técnicas, capazes e comprometidas com o órgão”, afirmou.



O que mais preocupa no momento é a redução dos acidentes fatais que voltaram a subir consideravelmente em 2010. Até 19 de dezembro passado, eram 412 casos, um aumento de 7,5% em relação ao total registrado em 2009 (383), conforme noticiou o Correio com exclusividade dia 27 último. Os números são preliminares e podem ser maiores, porque a contagem leva em conta as mortes ocorridas até 30 dias após o acidente.



Para reverter a situação, o novo presidente tem uma estratégia definida: “Primeiro, vamos levantar os prontos críticos e descobrir o perfil do condutor que mais se envolve em acidentes fatais. Acredito até que o Detran já tenha esse levantamento. Com base nessas informações, vamos aumentar a fiscalização nesses lugares e promover campanhas educativas com foco no perfil do condutor.” José Bezerra acredita que os resultados serão vistos em médio e longo prazos.



Prioridades

Aliás, o respeito à faixa de pedestre é prioridade da nova direção. O governador determinou ao sindicalista que ilumine e sinalize todas as faixas do DF para garantir a visibilidade para o motorista e uma travessia segura para o pedestre. Para ajudar na conscientização, o grupo de teatro do Detran será reativado. A intenção é promover a educação de condutores e de futuros motoristas nas escolas públicas, particulares e nas atividades de rua.



No que chama de “o início de uma nova era no Detran”, o sindicalista garante que vai acabar com os contratos emergenciais. “É um absurdo um contrato emergencial ter sido renovado sete vezes e isso ocorreu no Detran. Não vamos romper imediatamente porque senão o órgão para. Mas isso deixará de ser prática comum por aqui”, assegurou. Todos os processos serão revistos e ajustados.



O sindicalista

É servidor de carreira e o primeiro sindicalista a assumir a direção do órgão. É bacharel em administração de empresas e em direito. À frente do sindicato, lutou pela reestruturação da carreira do servidor, por melhorias salariais e comandou as greves.À frente do Dentran, passa de pedra a vidraça. Ele espera que os servidores lhe deem tempo para buscar soluções para as demandas da categoria.



Medidas emergenciais

Escolha dos diretores do órgão

Prazo: até amanhã serão definidos os nomes e, até o fim de semana, a lista será entregue ao governador Agnelo Queiroz para que ele avalie os escolhidos.



Revitalização da sinalização de todo o Distrito Federal a partir da demanda apresentada pelos administradores regionais

Prazo: 100 dias.



Contratação de 100 agentes de trânsito

Prazo: 180 dias para contratar a empresa e treinar os selecionados.



Inauguração de dois depósitos de veículos, um no Gama e outro no Paranoá

Prazo: 180 dias



Realização de leilão

Prazo: 90 dias