domingo, 2 de janeiro de 2011

POLÍTICA




No Congresso, desafio maior de Dilma Rousseff deve ser a Câmara



Adriana Vasconcelos e Isabel Braga, O Globo



Sem a mesma experiência política de seu antecessor, e seguindo a estratégia adotada na composição da equipe ministerial, a presidente Dilma Rousseff deverá manter nos cargos os dois principais líderes do governo Lula no Congresso. Preterido pelo PT para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) é nome quase certo para permanecer na liderança do governo na Câmara. A despeito das aspirações da bancada petista, de indicar um substituto para a vaga do senador Romero Jucá (PMDB-RR), tudo indica que o peemedebista continuará líder do governo no Senado.



Apesar da provável manutenção dos líderes do governo na Câmara e no Senado, a expectativa é que novos nomes assumam a linha de frente da articulação política no Legislativo. Ao contrário do que aconteceu com o presidente Lula, que penou durante seus dois mandatos com uma frágil maioria no Senado, Dilma poderá enfrentar mais dificuldades na Câmara, e não por causa da oposição.



- Depois de passar oito anos no governo Lula, não acredito que a presidente terá problemas para tocar a máquina federal. Seu maior desafio será político. E não será a oposição que lhe dará mais trabalho, mas a própria base governista - diz o ex-governador petista Jorge Viana, que assumirá em fevereiro o mandato de senador pelo Acre. - Caminhamos para o nono ano de um projeto de governo e há um sentimento de posse de algumas pessoas em relação a cargos. Reduzida, sem feição ou lideranças emergentes, a oposição não nos preocupa. Os principais problemas poderão ser criados por nossos próprios aliados.



Para Viana, o novo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, terá papel estratégico na condução da articulação política do governo, assim como o ex-dirigente petista Gilberto Carvalho, que assumirá a Secretaria Geral da Presidência. Na avaliação de Viana, a dupla precisará de reforços no Congresso. Por isso, sugere que Dilma participe pessoalmente das negociações com o Congresso.



A relação de Dilma com a bancada de senadores do PT começará a ser definida, possivelmente, no próximo dia 11, quando seus representantes se reunirão com o presidente do partido, José Eduardo Dutra, para a escolha de seu novo líder. Caberá ao escolhido conduzir as negociações que levarão à composição da Mesa Diretora do Senado e das comissões permanentes da Casa. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) é um dos cotados para a vaga.



Já a relação de Dilma com a Câmara poderá ser mais difícil, devido ao alto grau de insatisfação entre seus aliados com a composição do Ministério.

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