domingo, 2 de janeiro de 2011

POLÍTICA



Palocci, Paulo Bernardo, Pimentel e Cardozo formam o núcleo duro do governo



Gerson Camarotti, O Globo



Na geografia do poder do governo da presidente Dilma Rousseff, quatro ministros terão destaque especial e vão dividir as principais tarefas políticas: o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci; o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel; o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo; e o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo. A estratégia política de Dilma foi evitar a concentração de poder nas mãos de um único colaborador e, com isso, abrir frentes mais amplas de interlocução com setores da sociedade e o Congresso.



Luiz Inácio Lula da Silva, já como ex-presidente, manterá grande influência junto a Dilma. Mas não terá uma função de articulador político, e sim de conselheiro. Pelo menos num primeiro momento. Sua presença constante na política poderia ofuscar Dilma. Portanto, ele será considerado como uma espécie de reserva técnica para momentos de necessidade.



O quarteto terá funções que vão além das atribuições normais de seus cargos, com o objetivo de abrir diálogo não só com o Congresso e a classe política, mas também com os tribunais superiores e o público externo, como o empresariado, movimentos sociais e veículos de comunicação. Dilma gostou da experiência na campanha presidencial de ter uma interlocução mais próxima com um núcleo duro, que durante a eleição foi apelidado de "Três Porquinhos" numa referência aos coordenadores da campanha: Palocci, Cardozo e o presidente do PT, José Eduardo Dutra.



Um interlocutor frequente de Dilma avalia que, por causa da sua característica técnica, Dilma deve assumir pessoalmente o gerenciamento do governo:



- Por isso, vai precisar de ajuda na condução política. E a presidente gostou da experiência de campanha de dividir a coordenação política com um grupo de assessores. Por isso, ela vai repetir essa fórmula no governo. Ela se sente mais segura dessa forma.



Esse núcleo de coordenação de campanha era integrado originalmente também pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que se afastou, em meio à polêmica do dossiê contra tucanos, para cuidar apenas de sua candidatura ao Senado. Pimentel agora será reconduzido ao núcleo de poder depois do desgaste com a tentativa de formar um núcleo de inteligência na campanha de 2010.

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