Política
A primeira reforma
Será que, desta vez, ela vai? Será que a sempre prometida reforma política sairá finalmente do papel?
No plano institucional, essas talvez sejam as perguntas mais relevantes neste começo de ano. Outras existem, pois todo início de governo, mesmo quando é de continuidade, envolve incertezas, provoca curiosidade e suscita perguntas sobre os rumos que seguirão as políticas nos próximos anos.
Mas Dilma tem primado, em seus primeiros passos como presidenta, por um comportamento discreto, que revela sua pouca inclinação a provocar surpresas e ocupar o noticiário com gestos espalhafatosos. Seu estilo é bem diferente ao da maioria dos que a antecederam, que deixavam claro seu gosto pelos holofotes.
Enquanto vai organizando o governo, montando a equipe e escolhendo prioridades, Dilma tem reiterado seu compromisso com a reforma de nosso sistema político. É algo que ela antecipara na campanha, em entrevistas, discursos e na comunicação eleitoral.
Lula também havia dito, ao longo do ano de 2010, que considerava essencial uma ampla e profunda reforma do modo com fazemos política no Brasil. Chegou a declarar que dedicaria a ela seus principais esforços depois que deixasse a Presidência. Em suas palavras, seria uma espécie de paladino da ideia, percorrendo o país para mobilizar a sociedade em seu favor.
A rigor, ainda que seja bem-vinda uma militância tão qualificada, a sociedade brasileira não precisa ser convencida de que essas mudanças são prementes. As pesquisas de opinião feitas nos últimos anos mostram que, no rol de reformas que integram nossa agenda, a política é a tem maior apoio popular. Chega a 80% a proporção de eleitores que concordam que é necessária e urgente.
Não é um número surpreendente, se considerarmos a sucessão de episódios pelos quais passamos em que sua falta foi sentida. Seja no plano federal, nos estados e em cidades de todos os tamanhos, tivemos crises e escândalos que poderiam ter sido evitados caso já a tivéssemos feito.
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