sábado, 14 de maio de 2011

Rotina de Dilma é frenética






Diagnosticada com uma pneumonia, a presidente Dilma Rousseff contrariou recomendação dos médicos do Hospital Sírio Libanês, que sugeriram até mesmo a internação em São Paulo, e manteve uma agenda agitada em Brasília para uma convalescente.





A análise da agenda oficial de Dilma - a extraoficial não registra encontros no Palácio do Alvorada com assessores - mostra um ritmo mais intenso do que o prescrito. No dia 2 de maio, mal havia desembarcado em Brasília da viagem a São Paulo, a presidente encontrou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no Alvorada.





Depois disso, foram mais nove reuniões com ministros, além de encontro com o presidente da Alemanha, Christian Wulff, e a participação na Marcha dos Prefeitos.





Anteontem, apesar de decidir cancelar a viagem ao Paraguai, a presidente reuniu-se, no Palácio do Planalto, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).





Não bastassem esses encontros, a presidente teria descuidado do sono e da alimentação. Os efeitos da rotina ficaram estampados na sua aparência. Foram vários os comentários sobre o abatimento da presidente, principalmente na Marcha dos Prefeitos.





VACINA NÃO RECOMENDADA





A insistência de Dilma em manter uma agenda agitada veio acompanhada de um outro contragosto, talvez ainda maior, para a equipe que a acompanha. Médicos do Sírio Libanês, onde ela esteve no último fim de semana de abril, deixaram escapar a desaprovação com a decisão de ela ter se vacinado contra a gripe no dia 25, mesmo com alguns sinais já presentes da doença. Sem falar no uso de um remédio indicado para reduzir os sintomas gripais, considerado um erro primário para profissionais.





O infectologista David Uip, da equipe do médico da presidente, Roberto Kalil, descarta essa avaliação.





"A recuperação da presidente está dentro do previsto."





Saiba+





Ao deixar o encontro com a presidente Dilma Rousseff, ontem, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, brincou ao ser questionado sobre a saúde da presidente.





"Ela está melhor do que eu", afirmou ele a jornalistas.





Campos se reuniu com Dilma e com o ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) para assinar um convênio.





Dilma passou o dia no Palácio da Alvorada. Foi ao Planalto no meio da tarde para se reunir com Eduardo Campos.





Dez dias de medicação





Durante dez dias, a presidente Dilma Rousseff foi submetida a um tratamento com uma associação de dois antibióticos. O uso do remédio terminou nesta semana.





"Embora essenciais para tratar a infecção, antibióticos muitas vezes trazem algum grau de abatimento. Algo previsível e facilmente contornado", disse o infectologista David Uip. O médico negou que o ritmo de trabalho da presidente tenha atrasado sua recuperação. "Ela reduziu bastante a agenda. Nada do que ela fez estava em desacordo com o que foi recomendado."





Em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também disseram que a recuperação de Dilma está dentro do esperado e que a saúde da presidente não é motivo de preocupação. "Eu disse a ela que ela está com uma aparência muito boa, mas que ela tem de descansar", afirmou Temer.





Vaccarezza disse que Dilma está bem de saúde e que a recuperação da pneumonia foi o motivo do cancelamento da viagem ao Paraguai que a presidente faria amanhã. "Ela está bem, ela teve uma pneumonia", disse. "Esse foi o motivo do cancelamento da viagem ao Paraguai."





O líder do governo ressaltou que a presidente é transparente em relação a doenças. "A presidente é muito transparente. Quando ela teve um câncer e foi tratar, ela disse que teve um câncer, foi se tratar e ficou bem", afirmou, dizendo que ela diminuiu o ritmo. "Agora ela teve uma pneumonia e disse que estava com uma pneumonia. Por isso reduziu a carga de trabalho."





Depois da viagem cancelada, a assessoria de imprensa da Presidência da República informou que Dilma vai passar o fim de semana em Brasília, sem compromissos oficiais.

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